O ciúme da irmã mais velha

Desde a notícia da chegada de um novo bebê, a Luisa aceitou bem a ideia de ter um irmãozinho ou irmãzinha. Ela sempre demostrou muito carinho pela irmã desde quando a Laís estava dentro da minha barriga.
Luisa sempre acariciava, beijava e sempre perguntava pela irmã… quando ela iria nascer… dizia que queria que irmã nascesse logo.

Pois bem, a Laís nasceu e esse amor que a Luisa sentia pela irmãzinha não morreu, mas ficou mais forte. Luisa quer pegar no colo, quer fazer dormir, quer ajudar a dar banho, quer ajudar nas trocas. Se a irmã chora, ela corre em seu socorro e tenta acalmá-la com beijos e cafunés.
Eu nunca duvidei desse amor! Sei que ela quer muito bem a irmã e vem cuidando para que nada aconteça com ela.

O problema nisso tudo é que, assim que chegamos em casa com um bebê no colo, minha menininha se transformou. De menina meiga, carinhosa e atenciosa, ela passou a fazer birra, ser agressiva e desobediente. Quer fazer o que bem entende e para isso ela grita, chora, bate!
E não… a sua raiva não é direcionada para a irmã. Essa rebeldia é direcionada à mim e ao pai, mesmo com todos os nossos esforços em dar a atenção, amor e carinho de antes.

Já li muita coisa para tentar lidar com esse comportamento… mas tudo funciona e é muito bonito na teoria. Na prática, a coisa muda de figura!
Tem sido difícil para mim entender o que se passa dentro da cabeça da minha Luisa. Tem sido complicado para mim esse período de adaptação, nova rotina, novos hábitos. E esse comportamento dela tem tornado as coisas ainda mais atribuladas, pois cansa fisicamente e psicologicamente.
Acabo chamando a atenção, dando broncas severas… fico com os nervos em fragalhos e com o coração destruído, porque o que eu quero é dar amor à ela, mas a Luisa parece não aceitar.
Sempre fazemos o impossível para estar com ela, brincar, fazer as refeições… sempre estamos enaltecendo suas atitudes positivas e tentando não menosprezá-la nos momentos de raiva… mas nada disso parece funcionar.

Ao mesmo tempo, sei que não posso ser muito permissiva… deixar que ela faça o que bem entende, achando que é dona do próprio nariz. Ela faz essas coisas para chamar atenção: OK! Mas na minha opinião, além de dar amor e carinho, eu preciso impor limites à ela… Luisa não pode achar que seus pais estão sendo coniventes com esse tipo de comportamento.
E como fazer isso sem sermos severos?
Nessas horas de crise, como impor limites sem deixar de demostrar amor?

Eu sei que isso é uma fase e que vai passar, mas está difícil de vencer tanta rebeldia.
Vejo a Luisa arredia. Parece que, quanto mais a gente tenta agradar, mais ela se irrita.

Só sei que queria minha menininha meiga e doce de volta… porque EU sinto falta dos seus carinhos. EU sinto falta de conversar com ela. EU sinto falta de assistir a um programa de TV juntinhas e abraçadas no sofá. EU sinto falta de dormir ao seu lado. EU SINTO FALTA DE ESTAR COM ELA.