O ‘não’ e a culpa

Como lidar com isso?

Luisa está numa fase em que ela quer, mais do que nunca, descobrir o mundo que a cerca. Entretanto, você há de concordar com a minha pessoa que simplesmente não dá pra deixar a bendita criança fazer tudo o que quer e o que bem deseja.

Aí, entra o nosso papel da mãe, super protetora, orientadora, carrasca, chata, anti diversão, etc… mas, na verdade estamos lutando com todas as forças na tentativa de mostrar para a cria e fazê-la entender que tem coisas na vida que ‘pooooode’ e outras que ‘não pooooode’. Fazê-la entender que, às vezes, a gente fala NÃO para o bem dela e não pra cortar o barato da situação e que nem todos os seus desejos podem se tornar realidade.

Parece simple, né?! Mas não é!

Reparei que, em alguns dias, a palavra NÃO é a mais dita aqui em casa.
Luisa não pega a faca. Luisa não faz mexe no lixo. Luisa não sobe no armário. Luisa, não vou comprar isso. Luisa, não faça isso, Luisa não faça aquilo… não, não, não e não.
É tanto não que as vezes eu me sinto culpada de estar exagerando em certas situações e no fim estar reprimindo e impedindo o desenvolvimento e a criatividade dela.
Então, em determinadas situações, ao invés de dizer simplesmente NÃO faça isso, eu explico a real situação para ela, por exemplo:
‘Olha filha, mexer no lixo pode ser perigoso, porque aqui tem um monte de bichinhos do mal que podem deixar a garotinha da mãe doente e a mamãe não quer que você fique doente. Beleza?’
‘Ezaaaaaaa!’
Psicologia infantil, a gente se vê por aqui.

Ela entende, mas logo ela está lá de novo com a mão coçando de vontade de mexer no lixo de novamente.
Aí vc me fala: ‘não é mais simples tirar o lixo de lá?’
Aí eu te respondo: não… não é! Ela precisa aprender que aquilo não é coisa para mexer ou brincar. Imagina se eu tiver que tirar do lugar ou esconder todas as coisas que ele quer mexer?

E sim… já passei por situações em que eu percebi que ela estava querendo me testar, mas continuei firme na opinião. Deixo claro que ela não vai conseguir ganhar as coisas na base da birra.

Mas o meu medo e o medo de qualquer mãe é: como impor limites sem reprimir o seu desenvolvimento?
A criança precisa se aventurar, descobrir, aprender…
Então, comecei a analisar as situações a ando me policiando. Se eu percebo que o momento oferece algum perigo em potencial, eu fico alerta. Lógico que eu não vou deixar ela brincar com uma faca (nesse caso é NÃO direto), mas ela gosta de pular em cima do sofá, por exemplo… nesse caso eu fico por perto, mas explico para ela que ela só pode fazer aquilo quando o papai ou a mamãe estiver por perto, caso contrário ela pode se machucar.

A gente precisa entender que as crianças não são burras. Elas sabem do que a gente tá falando. Nessa fase em que a Luisa está, o seu desenvolvimento é diferente de uma criança mais velha e por isso as regras e limites precisam ser ditas várias vezes.

E a culpa?
Sim, ela caminha lado a lado comigo e às vezes penso que poderia ter agido diferente em determinadas situações. Mas ser mãe (e pai) é isso mesmo… a gente vive de erros e acertos. A gente erra tentando acertar… e na tentativa de acertar a gente acaba errando muitas vezes.