O parto e o respeito

É só anunciar que a gente está grávida para começar a ouvir pitacos sobre o parto.
Na gravidez da Luisa foi assim e agora, na gravidez da Laís, não foi diferente.

Hoje em dia se ouve muito falar em parto normal, parto natural, parto humanizado e críticas severas ao parto cesárea e praticamente a condenação das mulheres que optaram ou optam por ela.

Quero deixar bem claro que esse post não se trata de falar sobre os benefícios e/ou malefícios de cada tipo de parto. Esse post trata-se de respeito pelo direito de escolha.
Assim como você, que levanta a bandeira do parto normal/natural/humanizado, quer ser respeitada pela sua opção (e eu respeito isso), eu também gostaria de ser respeitada pela minha escolha (pois a Luisa nasceu de cesárea) e adivinha: a Laís também nasceu de cesárea.
Assim como, na hora do seu parto, você quer fazer valer o seu direito de fazê-lo por meios naturais, sem ser obrigada pelo seu obstetra a fazer o contrário, outras mulheres também querem respeito de poder optarem se querem a cesárea ou não.

Nessa segunda gestação, eu fui criticada por dizer que iria tentar o parto normal e criticada por dizer que faria uma nova cesárea.
Depois de tanto ouvir bobagens, decidi que faria cara de paisagem e respondia ‘o que Deus quiser, será’.
Uma coisa é você conversar com uma pessoa para ter esclarecimento sobre o assunto e a conversa fluir sem julgamentos. Outra coisa é essa pessoa ficar tentando te mostrar só o lado negativo dos fatos e te colocando pra baixo.

Eu fiz cesárea eletiva quando a Luisa nasceu. Não me arrependo!
A Luisa nasceu super saudável e minha recuperação foi 100%. Pude cuidar da minha pequena desde o primeiro dia. Dava banho, trocava fraldas, paparicava, dava de mamar (apesar das dificuldades que tive com relação à amamentação)… enfim, tudo o que uma mãe sonha em fazer em relação aos cuidados com seu rebento.

Na gravidez da Laís, resolvi que iria esperar por um sinal dela. Eu queria tentar um parto normal nessa segunda gravidez. Li muitas coisas. Conversei com pessoas que sabiam diferenciar uma coisa da outra e recebi muitas informações bacanas. Recebi apoio, acolhimento, sem julgamentos ou preconceitos.
Entretanto, o tão esperado sinal não veio, esperei até as 40 semanas para que isso acontecesse. E não quis esperar mais que isso.

E o que aconteceu?

Fiz outra cesárea. Sem arrependimentos. Sem mágoas. Sem ressentimentos.

E sim, ela nasceu saudável também. Pude segurar minha pequena na sala de parto, pude beijar, pude cheirar, pude lamber… e quase matar minha filhota afogada em meio as minhas lágrimas de alegria.
Ela não foi colocada no meio seio na hora, mas pude amamentá-la logo em seguida quando fomos para o quarto.
Ela pegou no meio seio com uma vontade imensa e mama muito bem!
Desde então cuido dela assim como cuidei da Luisa, sem delegar nenhuma atividade para ninguém.

Acho tão chato esse mimimi em torno desse assunto.
Acho tão chato pessoas que são responsáveis pela vida e educação de um ser humano criar confusão por causa de uma escolha e/ou opção que cabe somente à pessoa interessada.

Esse relato das minhas experiências acima com a cesárea não é para induzir nenhuma mulher a isso. Essa foi a minha experiência e acredito que cada uma deve optar pelo o que acha melhor para si e para o seu bebê (tudo de acordo com o seu obstetra).

Então, pessoal… respeito é tudo!

Respeito a mim que tive duas filhas por cesárea.
Respeito para as mulheres que optam pelo parto normal com anestesia.
Respeito para as mulheres que optam pelo parto natural.
Respeito para as mulheres que optam pelo parto natural humanizado em casa.

Acho que aqui entra aquela frase que a gente sempre ouve: nenhuma mulher é menos e/ou mais mãe pelo parto que teve.

O que faz da gente uma mãe de verdade é o convívio, o cuidado, o carinho, o respeito pelo próximo (seu bebê).

O que faz a gente ser mãe de verdade é o AMOR!